Histórico

A proposta de criação da Cátedra foi, inicialmente, apresentada a senhora presidente do Instituto Camões, professora Ana Paula Laborinho, pelo magnífico reitor da UFPA, em maio de 2018, em Lisboa. Após o acolhimento inicial da intenção da UFPA, uma equipe constituída pelos professores: Maria Adelina Amorim, da Universidade Nova de Lisboa, Maria de Nazaré Sarges, e Aldrin de Moura Figueiredo, da UFPA, elaborou um detalhado projeto para a concretização de tal objetivo. Em agosto passado, a proposta obteve aprovação do Conselho Diretivo do Instituto Camões. A Cátedra João Lúcio de Azevedo ficará diretamente vinculada à Pró-Reitoria de Relações Internacionais (Prointer) e ao Programa de Pós-Graduação em História Social da Amazônia. Tem como diretora na UFPA a professora doutora Maria de Nazaré Sarges, docente do Programa de Pós-Graduação em História Social da Amazônia, da UFPA. Suas atividades serão desenvolvidas em parceria com a Universidade Nova de Lisboa e com instituições da comunidade luso-brasileira no Pará, de renome no campo acadêmico, cultural, social e do desporto, em especial a Sociedade Beneficente Portuguesa do Pará, fundada em 1854, o Grêmio Literário e Recreativo Português, fundado em 1868, e a Tuna Luso-Brasileira, fundada em 1903, todas elas com sede em Belém do Pará.

João Lúcio de Azevedo, que dá nome à cátedra, foi um dos mais reconhecidos historiadores lusitanos com atuação no mundo amazônico. Nasceu na vila portuguesa de Sintra, no distrito de Lisboa, em 1855. Aos dezoito anos, após concluir o ensino secundário e o curso técnico de comércio, embarcou para Belém do Pará, onde se tornou caixeiro na célebre Livraria Universal, propriedade dos irmãos Eduardo e Avelino Tavares Cardoso. De caixeiro a gerente da livraria, João Lúcio de Azevedo inicia, ainda em Belém, sua carreira de escritor e historiador com Estudos de História Paraense (1893). Publica Nova York: notas de um viajante (1897), com base em sua viagem aos Estados Unidos, e O Livre Amazonas: vida nova (1899), resultado de seus artigos publicados no jornal A Província do Pará. Residiu posteriormente em Paris e depois regressou a Lisboa, onde continuou a sua obra historiográfica com diversas e importantes publicações, como O Marquês de Pombal e a Sua Época; História de Antônio Vieira; A Evolução do Sebastianismo; História dos Cristãos-Novos Portugueses e Os Jesuítas no Grão-Pará – obra clássica luso-amazônica, com várias edições em Portugal e no Brasil. Organizou, ainda, a melhor edição das cartas do Padre Antônio Vieira, que foram publicadas parcialmente. Colaborou na edição da História de Portugal, dirigida por Damião Peres e, a partir daí, consolidou sua obra na historiografia luso-brasileira. Faleceu em 1933, em Lisboa.